A Deloitte, empresa referência na área de Auditoria, Assessoria e Consultoria, publicou recentemente o seu relatório anual de “Tendências Globais de Capital Humano 2023”.
Esse estudo mapeou tendências a partir de dados de mais de 10.000 entrevistados que giram em torno do atual cenário cada vez mais dinâmico e recheado de quebras de paradigmas sobre os modelos de trabalho.
Diante disso, o relatório tráz como tema central “Novos fundamentos para um mundo sem fronteiras”.
“Sem a possibilidade de retornar ao passado ou “voltar ao normal”, as organizações e os empregados devem atravessar esse novo cenário juntos, recorrendo a um novo conjunto de fundamentos para navegar no mundo sem fronteiras.”
Portanto, neste artigo, destacamos os principais pontos do relatório para ajudar os profissionais de RH a enfrentar os desafios nesse cenário de incertezas em relação ao futuro do trabalho e compreender os novos temas de estudo relacionados mudanças que estão por vir na área de gestão de pessoas.
1. Pensar como um pesquisador
Em um mundo sem fronteiras torna-se necessário não se contentar com o usual. É cada vez mais importante que as pessoas e as organizações estejam preparadas para se adaptarem de maneira veloz, desenvolvendo assim uma mentalidade de pesquisador.
Isso quer dizer que é preciso sempre se desafiar e buscar novos conhecimentos para manter-se a par das constantes mudanças.
Nesta temática destacam-se três tendências que demonstram a necessidade do pensamento como pesquisador:
- Navegar pela extinção dos cargos
Muitas organizações estão mudando o seu organograma e passando a enxergar as habilidades para determinar funções ao invés de somente cargos. A mudança da categorização dos cargos por papéis e responsabilidades aumentam os resultados e geram inovação e agilidade, já que as pessoas passam a se sentir livres para utilizar melhor suas capacidades, experiências e interesses de forma mais ampla e menos restrita às limitações dos cargos.
- Potencializar o impacto humano com tecnologia
As barreiras entre tecnologia e trabalho estão cada vez menores, por isso, torna-se necessário utilizá-las a favor dos funcionários. É necessário incentivar as pessoas a se desenvolverem para trabalharem melhor com a tecnologia, mas também através delas, desenvolver um melhor ambiente de trabalho.
- Ativar o futuro do local de trabalho
Há muito tempo é possível trabalhar em qualquer lugar, mas após a pandemia, os novos modelos de trabalho híbrido e remoto foram intensificados, quebrando a barreira do trabalho em um espaço físico pré-determinado. Assim, há uma gama de opções em relação à maneira de trabalhar, e isso traz a mudança do “onde” o trabalho precisa ser feito, para “como” ele deve ser realizado. A partir de agora, essa deve ser a evolução.
2. Cocriar o relacionamento
Com tantas mudanças acontecendo de forma simultânea nas empresas, torna-se necessário que elas aconteçam com o envolvimento de todas as partes. Assim, destaca-se o fortalecimento da cocriação e estabelecimento de novos acordos, regras e limites em conjunto. Segundo a pesquisa, “organizações com maior envolvimento dos empregados no desenho e implementação de mudanças organizacionais são mais propensas a alcançar resultados positivos”. Além disso, empresas que cocriam com seus funcionários possuem uma tendência maior de terem times mais engajados, inovadores e preparados para mudanças.
Nesta temática destacam-se três tendências sobre a cocriação nas empresas:
- Transparência sobre os dados
As empresas buscam cada vez mais aumentar a sua base de dados, porém muitos funcionários ainda não têm acesso ao porquê da coleta de dados. Dessa forma, cresce a necessidade do estabelecimento de diretrizes mais claras para as coletas, criando assim confiança e transparência dos benefícios dessa ação para ambas as partes.
- Alavancar o poder das pessoas
À medida que os modelos tradicionais de trabalho vão se modificando, também é preciso diminuir a ideia de uma organização com exclusividade nas tomadas de decisão. Isso quer dizer que os funcionários devem receber mais autonomia e trabalhos mais flexíveis, alavancando assim as motivações e os resultados, gerando benefícios mútuos.
- Desbloquear o ecossistema da força de trabalho
A necessidade de trabalhadores não tradicionais (gig, freelancers, contratados, empregados etc.) para habilidades e atividades de alto valor para as organizações é cada vez maior. Dessa maneira, é necessário se adaptar para que as forças de trabalho não tradicionais possam fazer parte da cultura organizacional, através da adoção de uma mentalidade de ecossistema sem fronteiras, que dá o mesmo valor para os diferentes tipos de trabalhadores e os integram nas estratégias e planos da organização.
3. Priorizar os resultados humanos
À medida que o mundo vai expandindo as suas barreiras, a necessidade das organizações gerarem impactos para a sociedade em geral e não apenas para seus stakeholders, também expande.
Segundo a pesquisa, “Mais da metade das organizações pesquisadas este ano aspiram criar maiores conexões com a sociedade em que estão inseridas, indicando que a empresa social, continua a ser uma força fundamental no mundo do trabalho.”
Nesta temática destacam-se três tendências sobre os aspectos que as empresas estão priorizando nos resultados humanos:
- Tomar medidas ousadas para resultados equitativos
Para que haja um atingimento de resultados equitativos em relação à Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) dentro da empresa, torna-se necessário uma estratégia bem elaborada e planos de ações que envolvam todas as áreas da empresa, e principalmente os líderes. Dessa forma, a pesquisa aponta os seguintes aspectos como os novos fundamentos do DEI:
a. Reorientar para resultados, não atividades;
b. Concentrar no sistema, não no indivíduo;
c. Produzir insights acionáveis desagregados, não dados descritivos agregados;
d. Centralizar o DEI como intrínseco ao negócio, em vez de separado dele.
- Avançar o elemento humano da sustentabilidade
A pressão para a aplicação de ações sustentáveis, além de vir do governo e da comunidade global, também vem da sua própria força de trabalho, que está cada vez mais envolvida com o assunto. Mais do que pressões externas e internas, já se tem uma enorme clareza dos benefícios de tais práticas para as empresas. Segundo o estudo, “independentemente dos benefícios finais, muitas organizações tendem a se esforçar para priorizar a necessidade de sustentabilidade de longo prazo em detrimento dos resultados financeiros de curto prazo.”
- Ascender o foco do risco humano
As organizações estão começando a enxergar que os riscos vão muito além de “efeitos no operacional e financeiro”, e estão enxergando riscos para o capital humano. Isso traz a necessidade de aumentar investimentos nesse assunto de forma mais estratégica.
4. Sobre liderar em um mundo sem fronteiras
A maneira como trabalhamos vem sofrendo uma reformulação constante à medida que as mudanças nos negócios e na sociedade estão cada vez mais velozes, tornando imprescindível que os líderes acompanhem tais mudanças. Portanto, ao se deparar com essa falta de fronteiras é importante reformular as estratégias da organização e traçar ações disruptivas para os desafios que estão por vir.
A pesquisa traz as seguintes recomendações para se tornar um líder em um mundo sem fronteiras:
- Usar a experimentação para identificar melhores soluções, promover o aprendizado e acelerar a geração de valor;
- Cultivar relacionamentos profundos e íntimos com os empregados em todo o seu ecossistema por meio da cocriação;
- Ampliar a forma de pensar a tomada de decisão compreendendo todo o seu impacto, mantendo a coerência com a visão estratégica de pessoas.
A mensagem final que é transmitida fala sobre a “agilidade” como principal característica para as próximas décadas.
Ser ágil para se adaptar às mudanças e para ter a capacidade de criar organizações sustentáveis, cada vez mais focadas no valor humano!
Fonte: Relatório de Tendências Globais de Capital Humano 2023
Depois de todas essas reflexões, você consegue avaliar se o seu negócio está preparado para tantas mudanças? Nós podemos te ajudar a criar soluções e impulsionar essa transformação!
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