O movimento "Quiet Quitting" - nw2

O movimento “Quiet Quitting”

por Alessandra Cruz

Nos últimos tempos têm se consolidado várias das mudanças que a pandemia deixou no mundo, entre as principais delas está a nossa relação com o trabalho. Já falamos por aqui sobre alguns outros fenômenos e movimentos que demonstram isso na prática, como o #GreatResignation ou “A Grande Debandada”.

Hoje falaremos sobre o mais recente deles, conhecido na internet como #QuietQuitting, traduzido no português para “Demissão Silenciosa” e que tem gerado discussões relevantes nas redes sociais, algumas vezes até polêmicas.

Antes de aprofundar no assunto, é importante contextualizar como isso surgiu.

O termo “Quiet Quitting” começou a viralizar nas redes sociais dos Estados Unidos, principalmente no TikTok e é um movimento que tem ganhado força no mercado americano. Mesmo sem fatos e dados relevantes de que isso tem afetado o mercado brasileiro, é importante fazer uma reflexão do que está por trás dele e refletir na causa.

O movimento de demissão silenciosa por parte dos colaboradores de uma empresa não significa literalmente uma demissão, na verdade ele consiste na postura de entregar o mínimo possível de resultados ou trabalhar no mínimo patamar de produtividade para o que você foi contratado, é não ir além! Para algumas pessoas isso pode ser visto como irresponsabilidade, preguiça ou até mesmo uma postura desnecessária, mas traz uma reflexão importante sobre como o trabalho excessivo tem levado os profissionais a uma estafa mental, emocional e até mesmo a um #burnout.

Segundo o artigo publicado pela Zenklub, a síndrome de Burnout no Brasil já atinge 30% dos mais de 100 milhões de trabalhadores. Além desses dados e fatos sobre saúde mental versus trabalho, é importante que as empresas reflitam quais outros fatores estão contribuindo para esse desengajamento dos profissionais.

Ações que contribuem para que as pessoas se sintam engajadas e entreguem o melhor no trabalho:

  • Pertencimento: o quanto as pessoas se sentem acolhidas e pertencentes à sua organização? Elas conseguem tangibilizar o impacto do trabalho delas no todo?
  • Conexão: Os líderes da sua organização conseguem se conectar com o time no nível mais pessoal dos colaboradores?

O trabalho pelo trabalho não faz mais tanto sentido.

  • Feedbacks: Como são feitos os ciclos de feedbacks e qual frequência eles acontecem? A nova modelagem cognitiva exige respostas mais ágeis e as organizações precisam se adaptar para manter o engajamento dos seus talentos. As lideranças precisam atuar como facilitadores de crescimento, promoção e carreira, tudo isso passa pelo processo de dar feedbacks contínuos.

Ser só um chefe não funciona mais e isso contribui para que movimentos como o Quiet Quitting aconteçam!

Ainda analisando as causas desse movimento, o silêncio também pode ser um sinal de que as pessoas não confiam mais na sua organização, de que o diálogo com a liderança não está funcionando ou de que acreditam que a cultura da empresa está dada e não vai mudar para que se sintam mais engajados.

 O radar Martha Gabriel traz uma análise das percepções de diferentes gerações sobre o assunto:

✅ Enquanto 82% das pessoas com mais de 65 anos acreditam que os empregados deveriam fazer mais do que o esperado no trabalho, apenas 50% dos jovens entre 18 e 29 anos concordam com esse sentimento.

✅ Por outro lado, 65% desses jovens acreditam que os empregados deveriam fazer exatamente aquilo para o que são pagos – nem mais, nem menos.

Independente das diferentes percepções ou opiniões polêmicas sobre a existência desse movimento, para as lideranças é importante que construam e disseminem um propósito que fique claro para as pessoas qual é o impacto do trabalho delas naquele contexto, que promovam interações mais humanas e empáticas, que façam uma alocação de recursos mais equilibrada e que construam uma cultura de feedback e pertencimento.

Para os profissionais, é importante olhar para dentro e entender o que causa tal comportamento “silencioso” e o quanto ele pode prejudicar a sua carreira ou até mesmo a sua saúde mental e emocional!

Quer mais referências sobre o assunto?

– Artigo: Ace Startups – Quiet Quitting: O que isso realmente significa?

-Podcast: BrainCast – Antiwork e Quiet Quitting: a nova geração Z não quer trabalhar?

Alessandra Cruz

Alessandra Cruz

Começou a carreira estudando arquitetura e design, mas há mais de 8 anos se encontrou na área de Gestão de Pessoas e vêm nessa crescente apaixonante do RH! Conheça mais a Alê
Compartilhe esse conteúdo:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você também pode se interessar:

Não perca nenhum conteúdo!

Acompanhe nosso blog e fique por dentro das últimas tendências e práticas.

Ao informar meus dados, eu concordo com a Política de Privacidade.