O presente e o futuro do trabalho é sobre pessoas. Essa é uma constatação da nova economia e que, mais do que nunca, coloca a área de Recursos Humanos como protagonista desse momento.
O RH tem o poder de transformar a relação entre pessoas e negócios, ser agente de mudança nas empresas e gerar valor através das suas iniciativas, mas para isso, o movimento precisa acontecer primeiro internamente. Isso quer dizer que, para esse protagonismo acontecer, o RH precisa se manter sempre atualizado e à frente das tendências que movimentam as pessoas e sua relação com o trabalho.
Não podemos deixar de destacar que a pandemia contribuiu diretamente para mudanças relevantes e a importância de se atentar a essas novas necessidades que surgiram a partir daí ficou ainda mais latente para o RH. De lá pra cá, muitos movimentos que impactam a experiência do colaborador aconteceram, podemos citar exemplos como o fenômeno da Grande Debandada, que motivou muitas demissões em massa e o Quiet Quitting, que trouxe uma grande reflexão sobre como as pessoas estão engajadas com o trabalho.
Todos esses movimentos impactam diretamente as iniciativas que são propostas para uma empresa e é um dos motivos pelo qual o RH precisa estar conectado com o que está acontecendo no mundo e quais tendências estão surgindo por aí.
Um dos primeiros pontos para destacar sobre esse tema é que para ser protagonista nesse contexto, o RH precisa assumir uma postura Lifelong Learner. Isso significa ter um foco de aprendizado, desenvolvimento e atualização constante. (encontre mais dicas de como ser Lifelong Learner na prática aqui neste post).
O relatório do Fórum Econômico Mundial também reconhece o desenvolvimento contínuo de competências como parte da solução. Pelas suas análises, “aprendizado ativo e estratégias de aprendizagem”, serão a segunda habilidade mais demandada, globalmente, em 2025, atrás apenas de “pensamento crítico e inovação”. No Brasil, as habilidades relacionadas à capacidade de aprender estão no topo da lista. Esse é um trecho do livro “Lifelong Learners” do autor Conrado Schlochauer, que fala sobre o poder do aprendizado contínuo.
Para o RH, além de desenvolver essa habilidade, quais ações devem fazer da rotina de quem deseja ser mais estratégico e atualizado?
Confira algumas dicas:
1. Saia da bolha da sua área e conecte-se com o mundo.
Como citado nos trechos acima, muitos dos movimentos e tendências que afetam a relação das pessoas com o trabalho ganham relevância a todo momento nas redes, por isso, o RH precisa estar conectado ao que acontece com o mundo e não somente à sua bolha de atuação. Em uma era de hiper conectividade, focar apenas em saber o que acontece na sua área ou no seu cargo pode ser um atraso para a sua carreira e até mesmo para a sua empresa.
Atualmente a tecnologia permite nos conectarmos com diferentes realidades ao mesmo tempo. Saber fazer curadoria, escolher as mídias e conteúdos que você consome faz parte desse processo, para isso, se pergunte:
- Quais são os perfis que eu sigo nas minhas redes sociais? Existe abrangência ou diversidade de temas que ajudam a me desenvolver?
- Com qual frequência eu leio as notícias que são publicadas ao redor do mundo? Quais são as páginas que eu consumo esse tipo de conteúdo?
- Eu me atualizo em diferentes fontes?
Busque sempre diversificar!
2. O aprendizado é cotidiano e intencional.
Um bom planejamento de aprendizagem é essencial para que você desenvolva habilidades e adquira novos conhecimentos, até porque, muitos deles exigem algum tipo de aprofundamento no assunto e até mesmo, investimento financeiro e de tempo. Mas para se manter atento às tendências e atualizado, não necessariamente os profissionais precisam passar por essa etapa de planejar e esperar ter os recursos disponíveis para se desenvolver. É necessário que o aprendizado seja cotidiano e intencional. Separe alguns minutos do seu dia a dia para consumir conteúdos e aprender algo novo até que isso vire um hábito. As redes são grandes impulsionadoras do aprendizado individual, mas para isso, novamente, você precisa sair da sua bolha e conectar-se com o que acontece com o mundo.
Além disso, você também pode refletir sobre quais ferramentas ou recursos você consegue aprender melhor, hoje existem diferentes formatos para facilitar o nosso aprendizado cotidiano como livros, podcasts, micro learnings, artigos, páginas de redes sociais, etc.
O conhecimento está mais democrático do que nunca!
3. Fomente e apoie a cultura do aprendizado contínuo
Mais do que protagonista, o RH também pode ser agente de mudança e fomentar a cultura do aprendizado contínuo dentro das empresas, até mesmo a partir de iniciativas internas da área. Não é sustentável que o conhecimento fique concentrado nas pessoas mais experientes ou mais antigas e ajustar essa cultura se torna cada dia mais urgente, principalmente na era em que a informação disponível cresce exponencialmente.
A cultura do aprendizado contínuo também permite que as pessoas impulsionem o desenvolvimento uma das outras, como citou o Conrado Schlochauer no livro Lifelong Learners:
“Pessoas são uma fonte de aprendizado muito subaproveitada. É comum nos conectarmos com alguém quando temos alguma dúvida. Entretanto, podemos aproveitar muito mais as trocas, se estruturarmos um encontro com alguém que tem algo a nos ensinar.”
Para finalizar, você sabe responder o quanto você ou o RH da sua empresa estão próximos desses aspectos?
Numa era de hiper conectividade e excesso de informação, para se manter atento e atualizado é preciso desenvolver o hábito de buscar aprender sempre, mas com consciência. Lidar com a sobrecarga de conteúdos e aprender a filtrar quais te ajudarão nisso, também faz parte desse processo, afinal o excesso também pode nos despertar problemas psicológicos ou sentimentos negativos e esse não é o objetivo!